A vesícula biliar é removida para prevenir complicações graves e aliviar sintomas intensos em casos de pedras na vesícula e inflamações
A vesícula biliar é o órgão do sistema digestivo responsável por armazenar a bile, um líquido produzido pelo fígado que auxilia na digestão de gorduras. Essa substância é eliminada constantemente no intestino delgado, além de uma parte permanecer na vesícula biliar. Quando nos alimentamos, principalmente de alimentos gordurosos, ocorre um estímulo à liberação de hormônios gastrointestinais que induzem a contração da vesícula e a liberação da bile armazenada.
Algumas doenças do trato gastrointestinal afetam o funcionamento adequado do sistema digestivo, como em casos de inflamações ou de cálculos biliares, conhecidos como pedras na vesícula. Em muitas dessas situações, o tratamento envolve a retirada da vesícula.
Descubra quando a cirurgia de retirada da vesícula biliar é indicada.
Quando a retirada da vesícula biliar é necessária?
A colecistectomia é a cirurgia de retirada da vesícula, que é necessária em diversas situações, em especial quando há indicativos de complicações ou quando os sintomas estão presentes. Algumas das recomendações mais recorrentes são:
Pedras na vesícula
As pedras na vesícula são depósitos sólidos que se formam na vesícula biliar ou nos ductos biliares. Embora sejam compostas principalmente de colesterol, também podem conter bilirrubina e sais de cálcio, elementos presentes na bile. Assim, as pedras são o resultado de um desequilíbrio na composição dessas substâncias.
Os principais sintomas das pedras na vesícula são dores abdominais pós-alimentares, náuseas, vômitos e indigestão. Em alguns casos, o médico pode prescrever medicamentos para dissolver os cálculos pequenos de colesterol. Entretanto, esse tratamento é lento e pouco eficaz. Já a retirada da vesícula é a medida que evita complicações graves e resolve os desconfortos de forma rápida e duradoura.
Colecistite
A colecistite é uma inflamação aguda ou crônica da vesícula biliar causada pelo bloqueio do ducto que transporta a bile da vesícula para o canal principal que vai ao intestino delgado. Geralmente, isso ocorre devido à presença de pedras na vesícula, que obstruem a passagem da bile e resultam no acúmulo do líquido, irritando as paredes do órgão.
Os sintomas mais recorrentes da colecistite incluem dor abdominal intensa, febre, náuseas, vômitos, sensibilidade abdominal e indigestão. O tratamento visa controlar a inflamação e os sintomas, frequentemente incluindo a retirada da vesícula para evitar complicações mais sérias.
Pancreatite biliar
A pancreatite biliar é um processo inflamatório agudo no pâncreas que ocorre quando um cálculo biliar se desloca para o ducto biliar comum, bloqueando em algum grau a saída do suco pancreático e levando à inflamação. Mais uma vez, grande parte dos casos é consequência da migração das pedras pelos ductos.
A retirada da vesícula previne complicações graves causadas pela pancreatite biliar, como infecções secundárias, necrose pancreática e insuficiência de múltiplos órgãos. Portanto, a cirurgia é o tratamento adequado para os pacientes que já sofreram com o problema e se recuperaram.
Colangite
Colangite é uma inflamação dos ductos biliares frequentemente ligada à proliferação bacteriana no trato biliar e à elevação da pressão dos ductos biliares, o que permite a movimentação e migração das bactérias entre os canais. Apesar de possuir várias causas, como alterações autoimunes e genéticas, o fator principal para o desenvolvimento do quadro são as pedras na vesícula que migram para o canal biliar principal.
Alguns dos sintomas comuns da colangite são dor abdominal, icterícia, febre, coceira na pele, urina escura, fezes claras, diarreia com muco gorduroso, boca e olhos secos, perda de peso sem causa aparente e mal-estar generalizado. A retirada da vesícula deve ser indicada em algum momento durante o tratamento da colangite, já que as pedras que a causam frequentemente se originam nesse órgão.
Como a retirada da vesícula biliar é realizada?
A retirada da vesícula pode ser realizada por meio da técnica cirúrgica convencional ou da videolaparoscopia. No método convencional, o cirurgião realiza um corte no abdômen do paciente para acessar o órgão e retirá-lo com o auxílio dos instrumentos cirúrgicos.
Na técnica de videolaparoscopia, o cirurgião realiza pequenas incisões por onde introduz uma câmera e os instrumentos cirúrgicos. O procedimento é conduzido com visualização e acompanhamento por imagens transmitidas em um monitor de TV. A retirada da vesícula é feita por uma das incisões após a dissecação. Trata-se do método mais realizado e considerado o padrão ouro nos dias de hoje.
Cuidados no pós-operatório da colecistectomia
A recuperação da cirurgia pode ser diferente dependendo do método cirúrgico. Técnicas menos invasivas, como a videolaparoscopia, costumam exigir um menor tempo de internação e apresentar menores desconfortos ao paciente, já que as incisões são menores, assim como os danos aos tecidos.
Ainda assim, existem cuidados a serem tomados nessa fase pós-operatória comuns a ambos os métodos, que incluem:
- Seguir uma dieta leve, dando preferência a alimentos saudáveis e pobres em gorduras;
- Comer em pequenas quantidades;
- Ingerir líquidos para manter a hidratação;
- Tomar os analgésicos para alívio da dor;
- Preferir deitar-se de barriga para cima nos primeiros dias;
- Não se movimentar excessivamente, para não atrapalhar a cicatrização;
- Não ficar muito tempo sentado ou deitado, para evitar complicações;
- Aguardar de 1 a 2 semanas para trabalhar, dirigir e fazer exercícios físicos leves.
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Quais são as consequências da retirada da vesícula biliar?
Ainda que esse órgão seja importante para o funcionamento do corpo e que exista a possibilidade de complicações devido à retirada da vesícula, boa parte dos pacientes não tem qualquer sintoma após a recuperação da cirurgia. Aqueles que apresentam manifestações geralmente conseguem controlá-las com pequenas mudanças no estilo de vida e alimentação.
Após a retirada da vesícula, o corpo não consegue mais armazenar a bile. Dessa forma, restará somente a quantidade que o fígado libera diretamente no intestino delgado. Sem um depósito da bile, o organismo pode ter dificuldades para digerir grandes quantidades de gordura ou de alimentos excessivamente fibrosos. Como resultado, podem surgir inchaços e diarreia.
Mudanças nos hábitos alimentares minimizam esses desconfortos. Sendo assim, é recomendado ter uma dieta com pouca gordura nas semanas seguintes à cirurgia. À medida que o corpo se acostuma com a retirada da vesícula, a alimentação pode voltar a ser feita normalmente, ainda tomando certos cuidados quanto aos exageros na ingestão de gorduras.
O Dr. Bruno Hernani é especialista em cirurgias do aparelho digestivo. Entre em contato e agende já a sua consulta. – https://drbrunohernani.com.br/agendar-consulta/
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